quarta-feira, 14 de julho de 2004

Quem é quem?

Sempre tive muita dificuldade em identificar rostos. De ligar o nome à cara. Os nomes consigo fixar perfeitamente mas dar-lhe um rosto é que é uma carga de trabalhos.
A maior dificuldade que tive até hoje foi com Dona Urraca. (filha de Dona Leonor de Inglaterra e do Rei Dom Afonso VIII de Castela, casada com D. Afonso II de Portugal e Mãe de D. Sancho II e D. Sancho III que foram também eles reis de Portugal – nasceu em 1185 e faleceu em 1220. Faz tempo, portanto.)

Foi a pessoa que mais dificuldade tive de associar a cara ao nome. Numa das primeiras imagens que dela vi, dizia a legenda: ‘’neste quadro aparece D. Urraca com o Rei D. Afonso II e o seu cavalo à direita’’. Quem era quem, no quadro? D. Afonso II era mais ou menos fácil de identificar. Mas o cavalo à direita? À minha direita ou à direita do Rei? Só uma observação muito atenta permitia identificar a Rainha, por exclusão de partes. Nunca me passou pela cabeça que o Rei fosse colocar arreios na Rainha.

Até o tipo que vejo do outro lado do espelho me parece ser muito mais velho do que eu, sendo que fico sempre com a ideia de já ter visto aquela cara em algum lugar. Se calhar foi no barbeiro…ou num elevador qualquer...




terça-feira, 13 de julho de 2004

A linha que limita os contrários é fina como um fio de cabelo

Comprei num supermercado um vaso com uma bonita planta cheia de pequenas flores cor de rosa avermelhado. Eu estava muito orgulhoso da escolha feita depois de ter comparado uns vinte vasos iguais. Aquele era o vaso mais bonito, a planta mais bonita, as flores mais bonitas e até o papel que embrulhava o meu vaso me pareceu o menos amarrotado que qualquer um dos outros. Estava feliz e orgulhoso da minha escolha. Estava certo que a Tamara, a minha amiga a quem ia dar este presente, ficaria muito feliz tambem.

Quando me dirigia para a caixa cruzaram-se comigo duas senhoras. Uma delas parou, olhou para a minha planta e disse para a outra: é verdade, não me posso esquecer de comprar alfaces.