sexta-feira, 25 de fevereiro de 2005

Mensagem

“Estamos aqui em directo do Vaticano onde o Papa apenas consegue comunicar com o mundo escrevendo com a sua trémula mão num pedaço de papel. A câmara da RAI está mesmo por cima da folha de papel e o Papa prepara uma comunicação em directo para todo o mundo.”

“É a televisão em directo senhor telespectador, esta é a imagem da mão trémula do Papa, que segura o lápis com o qual comunicará com o mundo, quem sabe pela última vez.”

“Devoto de Fátima que o protegeu anteriormente, o Papa fará esta comunicação, que muitos pensam ser, repito, a última, em português, o que nos enche, a nós, portugueses de um orgulho incomensurável. A nós e a todos os cidadãos dos países lusófonos como é evidente. “

“Começa agora a escrever… está muito trémulo…mas conseguimos ler, …leiam comigo por favor, …este é um momento único que ninguém vai querer deixar de testemunhar, …começa a escrever…vão…vão…vão- se…. Vão-se fo… Bom, ficámos de repente sem imagem. …Temos que interrompemos aqui esta transmissão em directo… creio que por dificuldades no satélite, …voltaremos tão logo seja possível… não sai daí senhor telespectador, estamos a tentar resolver este problema técnico… “

“Pois bem amigos, após esta interrupção de dez minutos voltamos agora em directo, o Papa já acabou de escrever a frase e a RAI felizmente, ouso mesmo dizer Graças a Deus, mantém a imagem fixa na mensagem já concluída. E lamentavelmente não podemos testemunhar em directo esse grande milagre que foi o Papa acabar a mensagem, ajudado por certo pela mão de Deus, com uma caligrafia perfeita. Leiam comigo telespectadores “vão se formar ondas de solidariedade para com a Igreja após a minha morte. Deus vos abençoe a todos. Rezem muito pela Santa Igreja. Ámen”

“Vamos então seguir para os comentários em estúdio dos nossos especialistas em…………”

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2005

Se o nome é identidade...

Tem-se dito amiude (ok, talvez não tanto, mas já se disse muitas vezes. Pronto, não foram assim muuuuuitas, mas algumas vezes, lá isso... Bom, quer dizer... Alguém já deve ter dito! Eu já disse, pronto, acaba aqui a discussão) que o nome é a identidade de uma pessoa.

Temos uma base de dados com toda a informação necessária sobre as pessoas e acedemos pela entrada "nome". É como uma shortcut a partir da qual se desenrola toda uma mecânica que permite facilmente chegar a todo o tipo de dados da nossa filofax. (sempre sonhei empregar este termo e, agora que descobri onde meter a buxa, não sei sequer como se escreve!)

-Tó Roscas! E nós "baixo, cabelo escuro, cerca de 56 anos, borbulha feia no sobrolho esquerdo, dono do café em baixo, deve-me 34 cêntimos"

-Maria Arminda! E nós "estatura média, cabelo alourado, certa de 32 anos, visinha de cima há 3 anos e 5 meses, demasiado barulho, não me deixa dormir aos sábados, não paga condomínio há mais de 3 anos e 4 meses"

Assim, se nos derem um nome erróneo, todo o sistema bloqueia, é um bug (o que me leva a pensar que o nosso cérebro é programado pela microsoft). Se nos disserem "A tua vizinha Maria Almerinda" deviamos ter poder dedutivo suficiente para notar que não poderiam coexistir no mesmo prédio duas pessoas com um nome do mesmo grau de (para não ferir susceptibilidades) peculiaridade e, ainda por cima, semelhança fonética. Mas não! Exclamamos logo "Almerinda!?" e entramos em busca automática, mas não há correspondência. Até que o outro nos diz "Aquela um bocado mal encarada, loura, que até estava lá no café a comer uma buxa quando la fomos buscar aqueles pãezinhos para o aniversário daquele teu primo que estava a voltar da grécia. O que tinha fugido com um joranlista numa 4L de matrícula estrangeira com um bonequinho do FCP no retrovisor." e nós "AH!!! Arminda, sim estou a ver. Arminda, assim é que é!"

O nome é identidade...

No outro dia, depois de ser conhecido o resultado das eleições legislativas, uma senhora dizia muito contente na rua "Ganhou! Ganhou o Sócras! Ganhou o Sócras!"

Ainda bem que os portugueses sabem bem em quem votaram!

Sócras? Hum... Não estou a ver... Será aquele senhor um pouco grisalho que tem a mania de fazer um sorriso meio cómico? Hum... não, não! Esse era o Avô Cantigas! Ora bolas... Maldito Bug... Afinal quem é que ganhou!?

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2005

Poesia: forma sublime de comunicação.

Em qualquer lugar do mundo onde exista um homem, existe um filósofo e um poeta. (entre outras tretas, naturalmente.)

Particularmente atento a estas questões, quero aqui compartilhar convosco um lindíssimo poema que encontrei, por acaso, num site desse lindo país que é o Azerbaijão.

Não atentem ao teor do poema, com o qual aliás não estou particularmente de acordo, mas sim à magia das palavras e à forma das frases. A poesia é, sem dúvida, uma forma sublime de comunicação.


Сянин башын аьарыбдыр, мяним сачым,
Айрылыьын мейвясидир бу гям-гцбар.
Дейирляр ки, дярди олан дярди дуйар:
Эял, Савалан, цряйими сяня ачым,
Сянин башын аьарыбдыр, мяним сачым.

O que vai ser de nós?

Morreu a Irmã Lúcia!

Morreu a única pessoa (em todo o Mundo) que garantia ter visto com os seus próprios olhos (olhos que a terra já está a comer aliás) nossa Sra. De Fátima.

Que chatisse!

Qualquer dia morre, também, o Manel Pinguinhas, única pessoa viva que garante ter visto o que só ele viu, e porque não o disse a ninguém, ninguém sabe o que é, e eu quero ver como é que ficamos todos nós portugueses.

Vai ser bonito.